O Dia do Design e a arte de “Comunicar o Incomunicável”

O Dia do Design passou pela EPI com o objetivo de servir a criatividade dos alunos à mesa. Sob a liderança de três MasterChefs – Ana Abrantes, Bruno Batista e Nuno Quartin, familiares de alunos que trabalham nas agências Nossa, Creative Thinkers e em regime freelance, respetivamente –, trocou-se a culinária pela arte de “Comunicar o Incomunicável” – tema escolhido para o desenvolvimento de trabalhos.
Este dia especial começou com uma apresentação de cada um dos três MasterChefs, onde foram abordados os sucessos e os fracassos dos vários percursos profissionais, assim como algum material de portfólio. A transparência transmitida sobre a realidade de um mercado de trabalho difícil não desiludiu nem desmotivou a plateia de alunos, sendo que a partilha dos encantos do Design foi suficiente para abafar a dificuldade futura.
Passada a fase de apresentações, a manhã deu-se por concluída com o briefing e a primeira etapa da atividade a executar pelos futuros profissionais. A tarefa pediu trabalho colaborativo entre os alunos dos três anos de Design de Comunicação Gráfica e o pano de fundo emergiu da escolha de um dos três subtemas conectados à comunicação do incomunicável: um espelho que não reflete, um relógio sem ponteiros e um guarda-chuva furado. Já com a divisão dos vários alunos em grupos, a tal primeira etapa de trabalhos permitiu afinar estratégias e teve a duração de 60 minutos, cronometrados minuciosamente pela coordenadora e professora Ana Calvet, árbitra nomeada para o desafio.
Sempre com o feedback e o aconselhamento dos MasterChefs partiu-se para a segunda etapa programada: o desenvolvimento da memória descritiva e o moodboard respetivo a cada projeto. Recorrendo a cartolina, plasticina, revistas, tintas, pincéis ou fita-cola, os grupos fluíram na inovação para idealizar – literal ou abstratamente – espelhos, relógios e guarda-chuvas. As duas etapas iniciais serviram de base para a parte final que consolidou as diferentes peças gráficas em posters e fanzines analógicas.
Estes conteúdos finais, depois de muito trabalho e da correria das ideias, foram a concurso pelo grande prémio em jogo: uma colher de pau assinada pelos Chefs e pela árbitra da atividade.
E como é injusto que em desafios deste género só possa existir um vencedor. O grupo que arrecadou o prémio final – constituído por Rafael Batista, Duda, Inês Costa, Eduardo Lopes, Vasco Montalvão, Miguel Quartin, Sarah Jorge, Petra Rangel, Joana Ferreira, Simão Raposo e Oleksandra Pogoretska – apresentou uma variante de um relógio sem ponteiros que consiste num medicamento chamado “Contra-tempo”, relembrando-nos da urgência do cronometrar do tempo, seja de que forma for.
Com todos os trabalhos desenvolvidos, já não podemos dizer que para nada serve um espelho que não reflete, um relógio sem ponteiros e um guarda-chuva furado, pois que pelo menos podem servir de inspiração para a originalidade criativa. Sob a perspetiva e a magia do Design chegamos à conclusão de que é possível comunicar o incomunicável.